A Oxigenoterapia Hiperbárica é um tratamento classificado em modalidade terapêutica que vem se destacando em todo o mundo por seus benefícios.
Submete-se o paciente ao oxigênio a 100% puro, enquanto o mesmo é colocado sobre uma pressão de 2 a 3 vezes maior que a pressão atmosférica.
Assim, o gás provoca uma série de benefícios no corpo do paciente, tais como:
Tendo em vista os benefícios do tratamento e sua consolidação na medicina, precisamos destacar a história dele no Brasil.
Um dos principais centros de referência do tratamento é o Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), que recentemente completou 38 anos de serviço com a oxigenoterapia.
A comemoração dos 38 anos de funcionamento do Serviço de Medicina Hiperbárica do Hospital contou com a participação do Dr Iriano da Silva Alves, diretor de segurança da SBMH, que ministrou uma aula sobre o tema: Oxigenoterapia Hiperbárica – Uma Opção terapêutica, a convite da chefe do Serviço de Medicina Hiperbarica a CMG (Md) Fernanda Motta.
Sendo assim, explicaremos um pouco mais sobre a importância desse centro para o avanço da OHB no Brasil e desdobrar sobre a história do tratamento no país.
Para falar sobre a importância da criação desse serviço no HNMD, convidamos a Dra. Fernanda da Silva Motta para expor a sua visão sobre o assunto:
O Hospital Naval Marcilio Dias (HNMD) foi pioneiro na implantação de um Serviço de Medicina Hiperbárica hospitalar no Brasil, cujo funcionamento data de 1985.¹ O Serviço busca por meio da Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) oferecer tratamento adjuvante àqueles pacientes encaminhados pelos médicos assistentes de várias especialidades. Todos são avaliados pelo médico hiperbarista a fim de avaliar as indicações, contra-indicações e determinar um plano terapêutico a estes pacientes.
Atualmente, o Serviço de Medicina Hiperbárica do HNMD possui uma câmara monoplace e uma câmara multiplace para atendimento aos usuários do Sistema de Saúde da Marinha (SSM). Este serviço promove educação continuada sobre o tema com aulas e cursos especializados por meio da Escola de Saúde da Marinha e pelo Centro de Instrução Almirante Átilla Monteiro Achê (CIAMA).¹ Além disso, existe o atendimento Pericial pelo MPIq (Médico Perito Isolado qualificado) aos militares que exercem Atividades Especiais relacionadas a trabalho sob pressão (mergulhadores e submarinistas).
A Dra. Fernanda atua como médica hiperbarista há 14 anos, e trabalha na Marinha do Brasil há 25 anos, com formação inicial nas áreas de Radiologia e Medicina do Trabalho. Ela nos conta que o Serviço de Medicina Hiperbárica do HNMD vem ao encontro da necessidade de apoio aos acidentes de mergulho nas atividades subaquáticas. Utiliza dessa tecnologia para contribuir como tratamento adjuvante nas patologias descritas na literatura promovendo a redução do tempo de internação e consequente diminuição de gastos hospitalares e melhora nos atendimentos à saúde da Marinha do Brasil.
A Dra. Fernanda ainda nos conta sobre a história da OHB no Brasil conforme descrito na literatura:
Em 1932, o Doutor e Professor Álvaro Ozorio de Almeida implantou a primeira câmara hiperbárica da América Latina, no Hospital Gafrée & Guinle, obtendo bons resultados no tratamento contra a lepra lepromatosa.² ³ O professor foi pioneiro no estudo da fisiologia e da oxigenoterapia hiperbárica no país.
Ele também foi pioneiro no tratamento da gangrena gasosa em câmara hiperbárica. Dr. Álvaro foi pioneiro no estudo da fisiologia e da oxigenoterapia hiperbárica no país. Estes e outros estudos foram publicados no exterior em pelo menos 4 idiomas e têm até hoje o seu valor e pioneirismo reconhecidos na comunidade internacional da Medicina Hiperbárica.
Dr. Álvaro Ozório de Almeida foi uma personalidade única e destacada em seu meio e em seu tempo. Cumpriu brilhantemente uma missão tão nobre quanto difícil: fazer ciência e ensinar a fazer ciência em um meio ainda refratário e hostil, pobre em recursos e até por isso mesmo tão promissor. ²
Contamos com o fortalecimento do atendimento à medicina hiperbárica. A SBMH aplaude o trabalho oferecido pelo HNMD, e reconhece sua importância para a difusão do tratamento hiperbárico.
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